quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Alterações climáticas - do global para o local

Depois de duas semanas de difíceis negociações, em meados de Dezembro, os 190 participantes na Cimeira de Cancún faziam um balanço positivo mas muito aquém das expectativas de especialistas e ambientalistas. Foi estabelecido um acordo moderado mas considerado como um primeiro passo em direcção a um verdadeiro acordo climático. Não fixa metas vinculativas de redução de emissões de gases com efeito de estufa mas determina um objectivo de 2°C como limite para o aumento da temperatura média global até ao final do século. Um dos pontos altos e mais positivos da conferência foi a constituição do Fundo Climático Verde para os países em desenvolvimento.
Apesar de não se ter avançado “na questão crucial da definição do futuro quadro legal climático e não estabelecer um calendário para tal ser decidido (…) o ambiente favorável desta cimeira permitiu ultrapassar o desaire negocial de Copenhaga no ano passado, num ambiente de maior transparência, confiança e multilateralismo”, conclui a Quercus.
Portugal viu em 2010 ser reconhecido o mérito de algumas das medidas que têm vindo a ser adoptadas no âmbito da política de combate às alterações climáticas: Portugal teve uma avaliação bastante positiva no que toca ao desempenho climático pelo Climate Change Performance Index 2011 elaborada pelas organizações não governamentais GermanWatch e Rede Europeia de Acção Climática.
Apesar de ter descido duas posições, Portugal conseguiu passar de “moderado” para “bom”, atingindo a terceira melhor posição desde que o índice é publicado, conseguindo a 14ª posição devido à tendência de diminuição de emissões poluentes, especialmente nos sectores da energia eléctrica, transportes, residencial e indústria.
A nível local, desenham-se inúmeras iniciativas que visam trazer estas preocupações à prática de autarquias, empresas e cidadãos.
Ao ter aderido, em 2009, ao “Pacto de Autarcas”, Oeiras comprometeu-se a desenvolver um conjunto de acções concretas que irão contribuir para ver cumpridos, à escala do concelho, as metas de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa estabelecidas à escala europeia.
Durante o ano de 2010, o Plano de Acção Energia Sustentável para Oeiras, aprovado pela autarquia no início do ano, tem vindo a ser adoptado e aplicado pelos diversos serviços municipais, para ver em 2020 reduzidas em 20% o consumo de energia e as emissões de GEE, e aumentado em 20% a +produção de energias renováveis.
A partir de 2011, irá também promover-se uma campanha de angariação de parceiros – empresas, instituições, cidadãos – que se comprometam com acções concretas a contribuir para estes objectivos.
A campanha chamar-se-á “ENGAGE”, decorrendo em simultâneo em 12 cidades europeias, e contará mobilizar mais de 120.000 cidadãos para este desafio global.

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